CONTEÚDO PARA AVALIAÇÃO 3° SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
CLASSIFICAÇÃO E SISTEMÁTICA
PRIMEIRAS IDEIAS
A
vida em grupos, o inicio das práticas agrícolas e a domesticação de animais
exigiram que o seres humanos passarem a olhar para a natureza de uma maneira
mais atenta e mais detalhada, o que lhes permitia melhor aproveitamento de seus
recursos, a medida que a cultura e as primeiras civilizações se desenvolveram,
surgiram também as primeiras tentativas de classificar as espécies já
conhecidas, classificar é agrupar objetos de acordo com um critério, com suas
semelhanças ou diferenças.
CLASSIFICAÇÃO NA ATIGUIDADE
No
século IV a.C., nasceu e viveu na Grécia o filosofo e naturalista Aristóteles.
Além de sua grande contribuição a filosofia, Aristóteles realizou importantes
observações acerca dos seres vivos, descreveu aspectos de seu comportamento,
reprodução e habitat, embora tenha concentrado seu interesse quase
exclusivamente em animais, ele estabeleceu
primeiro sistema de classificação com bases cientificas, apoiando-se em observações e critérios bem definidos, em
sua classificação, um dos aspectos mais interessantes foi o fato de os seres
vivos estarem organizados em ordem crescente de complexidade, a scala naturae, que ia desde as plantas,
considerando os seres mais simples e imperfeitos, até os seres humanos.
E
seu aluno Tofrasto, que tinha grande interesse pelas plantas, realizou um
importante trabalho, registrando no livro Historia
plantarum, na qual as plantas foram classificadas em ervas, arbustos e
arvores.
TAXONOMIA
À medida que novas espécies eram descobertas,
classificar e nomear organismos tornava-se uma tarefa cada vez mais complexa, exigindo um
conjunto crescente de regras e normas e um método particular de trabalho.
Foi assim que surgiu a taxonomia (do grego,
“taxis”, ordenação, e “nomos”, regra), ramo da biologia que identifica, descreve, nomeia e
classifica os seres vivos em categorias.
Nascido
no século XVIII, Carl Von Linné conhecido como Lineu passou grande parte da sua
vida observando, classificando e nomeando espécies vegetais e animais. Lineu
dividiu a natureza em três reinos, vegetal, animal e mineral.
Cada
reino foi dividido em classes, cada classe, em ordens, cada ordem, em gêneros,
e os gêneros, em espécies. Mesmo bastante modificado nos séculos seguintes, o
sistema de Lineu é a base ta taxonomia empregada até hoje.
Os
princípios de sua classificação foram expostos na Obra Systema naturae,
publicada pela primeira vez na Holanda, em 1735. Entre animais e plantas, foram
classificadas mais de 13 mil espécies.
A contribuição mais importante de Lineu
foi estabelecer as regras de nomenclatura científica. Lineu reduziu os nomes
das espécies em apenas duas palavras, a primeira para gênero e a segunda para
cada espécie. Esse tipo de nomenclatura é conhecido como binominal.
Antes
de Lineu, o nome do gênero era seguido de uma descrição para definir a espécie.
Atualmente, os nomes científicos devem obedecer a algumas regras simples quando
são escritos.
Ø
O
gênero deve ter sempre a inicial maiúscula;
Ø
A
segunda palavra, que designa a espécie, deve ser escrita em letras minúsculas e
é sempre precedida pelo gênero;
Ø
Os
nomes devem ser escritos em latim ou com palavras latinizadas;
Ø
No
texto impresso, as duas palavras devem destacar-se do texto principal, usando o
tipo itálico, quando escrita a mão, dever ser sublinhadas separadamente;
Ø
Quando
o texto se refere ao gênero com um todo, sem fazer referencia a uma determinada
espécie, pode ser escrito sozinho, seguido da abreviação SP., que significa uma
espécie qualquer.
Antes de Lineu
Physalis annua ramosissima, ramis
algulosis glabris, foliis dentato-serratis.
Significado:
a palavra Physalis é o gênero da
planta, as palavras seguintes significam, anual ramificado com ramos e lisos
com folhas se serrilhado em forma de dentes.
Depois de Lineu
Physalis angulata
Significado:
a palavra Physalis é o gênero da
planta, enquanto angulata é a espécie
desse gênero.
CLASSIFICAÇÃO ATUAL
Antigamente,
a classificação fundamentava-se principalmente em aspectos morfológicos, sempre
que os organismos apresentassem uma ou mais semelhanças na forma ou na
estrutura, eram agrupadas na mesma categoria taxonômica. É que nem sempre as
semelhanças morfológicas refletem as relações evolutivas entre as espécies.
Por
isso nas ultimas décadas, as analises de parentesco, feitas com base em DNA e
RNA, vem sendo cada vez mais utilizadas como critério fundamental para a
classificação.
Em 1966, o pesquisador Willi Hennig
propõe um sistema cujo principal
objetivo é fazer com que a classificação seja um reflexo da evolução,
obedecendo ao principio de que todos os seres vivos descendem de uma ancestral
comum muito antigo. Esse sistema de classificação, que expressa às relações de
parentesco evolutivo entre espécies, recebeu o nome de sistemática filogenética.
De acordo com a classificação vigente as espécies
descritas são agrupadas em gêneros.
Os gêneros são reunidos, se tiverem algumas
características em comum, formando
uma família.
Famílias, por sua vez, são agrupadas em
uma ordem.
Ordens são reunidas em uma classe.
Classes de seres vivos são reunidas em filos.
E os filos
são, finalmente, componentes de alguns
dos cinco reinos (Monera, Protista, Fungi,
Plantae
e Animalia)
CATEGORIAS TAXONÔMICAS
As categorias ou níveis taxonômicos
atuais seguem alguns conceitos propostos por Lineu. Elas são, da mais
abrangente para mais especifica: REINO,
FILO, CLASSE, ORDEM, FAMILIA, GÊNERO e
ESPÉCIE.
EVOLUÇÃO
E ESPECIAÇÃO
Até
o aparecimento das idéias evolucionistas propostas por Charles Darwin, no
século XIX, a concepção predominante era o fixismo. Segundo os fixistas, as
espécies eram imutáveis e haviam sido criadas há muito tempo, exatamente da
forma como são hoje.
Tal
concepção favorecia sistemas de classificação artificiais, que separavam os
organismos em categorias sem levar em considerações seu possível parentesco,
refletindo uma visão “compartilhada” da natureza.
Darwin sugeriu que, na realidade, os organismos não
eram imutáveis, pequenas modificações surgiam a cada nova geração e algumas
delas tornavam os seres vivos bem mais adaptados ao ambiente, um exemplo
relatado pelo naturalista é a variação na forma dos bico dos tentilhões, aves
encontradas nas ilhas Galápagos.
De acordo com
a teoria DARWINISTA, todos os seres vivos, incluindo a espécie humana,
descendem de ancestrais comuns e teriam evoluído por SELEÇÃO NATURAL, segundo
esse principio, os organismos mais adaptados teriam maiores possibilidades de
sobreviver e de reproduzir-se, a prole desses organismo
herdaria essas características vantajosas, esse processo se repetiria ao longo
das gerações, podendo levar a melhor adaptação ou formação de novas espécies.
A concepção evolucionista da natureza trouxe um
grande mudança no modo de se pensar e na maneira de classificar os seres vivos,
a classificação deveria refletir as relações de ancestralidade e descendência
entre as vaias espécies, a fim de permitir a compreensão do processo evolutivo.
ESPÉCIE
ESPECIAÇÃO
O conceito espécie é uma das questões mais debatidas
em toda a historia da Biologia. Dom ponto de vista da taxonomia, espécie é a
categoria básica, a unidade fundamental de classificação, em seguida o termo
populações e nada menos do que um conjunto de indivíduos de uma mesma espécie.
Já a especiação é a formação de novas espécies a
partir de uma população já existente, pode acontecer de varias maneiras,
decorrente de diversos fatores.
Alguns
eventos estão relacionados ao surgimento de novas espécies:
ü Isolamento geográfico, ou seja,
aparecimento de uma barreira entre os organismo, separando a população
original.
ü Isolamento reprodutivo, que
impede ou reduz drasticamente o fluxo gênico (troca de genes possibilitada
pelos cruzamentos) entre as partes da população que foram separadas.
DIAGRAMAS QUE REPRESENTAM A EVOLUÇÃO
A idéia central por trás da evolução é
a de que a vida sofreu ou ainda sofre mudanças ao longo do tempo, portanto as
espécies compartilham um ancestral comum. Muitas vezes, as relações de
parentesco evolutivo entre os seres vivos são expressas por meio de diagramas,
como arvores filogenéticas ou cladogramas.
ÁRVORE FILOGENÉTICA
As arvores filogenéticas são diagramas
que partem de um tronco e se ramificam. As ramificações indicam pontos em que
uma espécie deu origem a outras espécies novas. Cada ponto de ramificação é
chamado nó e representa o ancestral comum mais recente daquele grupo ou
categoria. Assim observando os padrões de hereditariedade e conhecendo as
relações evolutivas entre as diferentes espécies, pode-se reconstruir a
historia de sua formação ate encontrar uma ancestral comum.
CLADOGRAMA
Os cladogramas são semelhantes as
arvores filogenéticas. Eles apresentam a formação de novas espécies,
fundamenta-se nas chamadas “novidades evolutivas” ou apomorfias, ou seja, características que não estavam presentes na
espécie ancestral.
Clados
Clado ou grupo monofilético é todo grupo que reúne um único ancestral comum
e todos os seus descendentes, sem exceção. Cada espécie, portanto, tem uma
historia própria, mas sua historia anterior é compartilhada com outras
espécies.
Um grupo
polifilético é composto por seres vivos que não compartilham um ancestral
comum exclusivo.
DOMÍNIOS E REINOS
O
estabelecimento de categorias taxonômicas e a atribuição de nomes científicos
são instrumentos criados pelo ser humano para facilitar o estudo dos seres
vivos, contudo há casos em que uma espécie ou até mesmo um conjunto inteiro de
diferentes espécies não se encaixa em determinada categoria taxonômica.
Em
1990, o biólogo norte americano Carl Woese propôs uma classificação de acordo
com semelhanças e diferenças moleculares entre ácidos nucleicos dos organismo.
Segundo essa classificação, os seres vivos são agrupados em três domínios, categorias superiores aos
reinos.
Ø
ARQUEAS, possuem muitas
características semelhantes as bactérias, vivem em ambientes de condições
extremas (alta salinidade, temperaturas elevadas, muita acidez).
Ø
BACTÉRIAS compreendem as
bactérias e as cianobactérias.
Ø
SERES
EUCARIÓTICOS englobam
todos Oe seres eucarióticos, unicelulares, multicelulares ou pluricelulares,
dos reinos, Protoctista, Fungo, Planta e Animal.
OS CINCOS REINOS
Ate
o final do século XIX, havia apenas o reino Vegetal e o reino Animal proposto
por Lineu. O reino mineral foi abolido, pois não apresentava seres vivos.
Foi
em 1899 que o biólogo alemão Ernst Haeckel propôs a criação dos reinos Monera e
Protista, para acomodar as inumaras espécies de seres microscópicos que haviam
sido descobertas durante os mais de cem anos anteriores.
Ate
então, cada organismo descoberto era classificado como animal ou planta, para
separar os fungos das plantas o biólogo Whittaker propôs a criação do Reino
Fungo.
Desde modo, atualmente a classificação
mais utilizada compreende cinco reinos: Monera, Proctista, Animal, Planta e
Fungo.