domingo, 2 de fevereiro de 2014

CLASSIFICAÇÃO E SISTEMÁTICA - 3° SÉRIE DO ENSINO MÉDIO - CONTEÚDO PARA AVALIAÇÃO


CONTEÚDO PARA AVALIAÇÃO 3° SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
CLASSIFICAÇÃO E SISTEMÁTICA

PRIMEIRAS IDEIAS
A vida em grupos, o inicio das práticas agrícolas e a domesticação de animais exigiram que o seres humanos passarem a olhar para a natureza de uma maneira mais atenta e mais detalhada, o que lhes permitia melhor aproveitamento de seus recursos, a medida que a cultura e as primeiras civilizações se desenvolveram, surgiram também as primeiras tentativas de classificar as espécies já conhecidas, classificar é agrupar objetos de acordo com um critério, com suas semelhanças ou diferenças.

CLASSIFICAÇÃO NA ATIGUIDADE
No século IV a.C., nasceu e viveu na Grécia o filosofo e naturalista Aristóteles. Além de sua grande contribuição a filosofia, Aristóteles realizou importantes observações acerca dos seres vivos, descreveu aspectos de seu comportamento, reprodução e habitat, embora tenha concentrado seu interesse quase exclusivamente em animais, ele estabeleceu  primeiro sistema de classificação com bases cientificas, apoiando-se  em observações e critérios bem definidos, em sua classificação, um dos aspectos mais interessantes foi o fato de os seres vivos estarem organizados em ordem crescente de complexidade, a scala naturae, que ia desde as plantas, considerando os seres mais simples e imperfeitos, até os seres humanos.
E seu aluno Tofrasto, que tinha grande interesse pelas plantas, realizou um importante trabalho, registrando no livro Historia plantarum, na qual as plantas foram classificadas em ervas, arbustos e arvores.


TAXONOMIA
À medida que novas espécies eram descobertas, classificar e nomear organismos tornava-se uma tarefa cada vez mais complexa, exigindo um conjunto crescente de regras e normas e um método particular de trabalho.
Foi assim que surgiu a taxonomia (do grego, “taxis”, ordenação, e “nomos”, regra), ramo da biologia que identifica, descreve, nomeia e classifica os seres vivos em categorias.

Nascido no século XVIII, Carl Von Linné conhecido como Lineu passou grande parte da sua vida observando, classificando e nomeando espécies vegetais e animais. Lineu dividiu a natureza em três reinos, vegetal, animal e mineral.
Cada reino foi dividido em classes, cada classe, em ordens, cada ordem, em gêneros, e os gêneros, em espécies. Mesmo bastante modificado nos séculos seguintes, o sistema de Lineu é a base ta taxonomia empregada até hoje.
Os princípios de sua classificação foram expostos na Obra Systema naturae, publicada pela primeira vez na Holanda, em 1735. Entre animais e plantas, foram classificadas mais de 13 mil espécies.

A contribuição mais importante de Lineu foi estabelecer as regras de nomenclatura científica. Lineu reduziu os nomes das espécies em apenas duas palavras, a primeira para gênero e a segunda para cada espécie. Esse tipo de nomenclatura é conhecido como binominal.
Antes de Lineu, o nome do gênero era seguido de uma descrição para definir a espécie. Atualmente, os nomes científicos devem obedecer a algumas regras simples quando são escritos.
Ø  O gênero deve ter sempre a inicial maiúscula;
Ø  A segunda palavra, que designa a espécie, deve ser escrita em letras minúsculas e é sempre precedida pelo gênero;
Ø  Os nomes devem ser escritos em latim ou com palavras latinizadas;
Ø  No texto impresso, as duas palavras devem destacar-se do texto principal, usando o tipo itálico, quando escrita a mão, dever ser sublinhadas separadamente;
Ø  Quando o texto se refere ao gênero com um todo, sem fazer referencia a uma determinada espécie, pode ser escrito sozinho, seguido da abreviação SP., que significa uma espécie qualquer.

Antes de Lineu
Physalis annua ramosissima, ramis algulosis glabris, foliis dentato-serratis.
Significado: a palavra Physalis é o gênero da planta, as palavras seguintes significam, anual ramificado com ramos e lisos com folhas se serrilhado em forma de dentes.

Depois de Lineu
Physalis angulata
Significado: a palavra Physalis é o gênero da planta, enquanto angulata é a espécie desse gênero.

CLASSIFICAÇÃO ATUAL
Antigamente, a classificação fundamentava-se principalmente em aspectos morfológicos, sempre que os organismos apresentassem uma ou mais semelhanças na forma ou na estrutura, eram agrupadas na mesma categoria taxonômica. É que nem sempre as semelhanças morfológicas refletem as relações evolutivas entre as espécies.
Por isso nas ultimas décadas, as analises de parentesco, feitas com base em DNA e RNA, vem sendo cada vez mais utilizadas como critério fundamental para a classificação.
Em 1966, o pesquisador Willi Hennig propõe  um sistema cujo principal objetivo é fazer com que a classificação seja um reflexo da evolução, obedecendo ao principio de que todos os seres vivos descendem de uma ancestral comum muito antigo. Esse sistema de classificação, que expressa às relações de parentesco evolutivo entre espécies, recebeu o nome de sistemática filogenética.
De acordo com a classificação vigente as espécies
descritas são agrupadas em gêneros. 
Os gêneros são reunidos, se tiverem algumas
 características em comum, formando uma família.
Famílias, por sua vez, são agrupadas em uma ordem.
Ordens são reunidas em uma classe.
Classes de seres vivos são reunidas em filos.
 E os filos são, finalmente, componentes de alguns
dos cinco reinos (Monera, Protista, Fungi, Plantae
e Animalia)

CATEGORIAS TAXONÔMICAS
As categorias ou níveis taxonômicos atuais seguem alguns conceitos propostos por Lineu. Elas são, da mais abrangente para mais especifica: REINO, FILO, CLASSE, ORDEM, FAMILIA, GÊNERO e ESPÉCIE.

EVOLUÇÃO E ESPECIAÇÃO
Até o aparecimento das idéias evolucionistas propostas por Charles Darwin, no século XIX, a concepção predominante era o fixismo. Segundo os fixistas, as espécies eram imutáveis e haviam sido criadas há muito tempo, exatamente da forma como são hoje.
Tal concepção favorecia sistemas de classificação artificiais, que separavam os organismos em categorias sem levar em considerações seu possível parentesco, refletindo uma visão “compartilhada” da natureza.
Darwin sugeriu que, na realidade, os organismos não eram imutáveis, pequenas modificações surgiam a cada nova geração e algumas delas tornavam os seres vivos bem mais adaptados ao ambiente, um exemplo relatado pelo naturalista é a variação na forma dos bico dos tentilhões, aves encontradas nas ilhas Galápagos.
De acordo com a teoria DARWINISTA, todos os seres vivos, incluindo a espécie humana, descendem de ancestrais comuns e teriam evoluído por SELEÇÃO NATURAL, segundo esse principio, os organismos mais adaptados teriam maiores possibilidades de sobreviver e de reproduzir-se, a prole desses organismo herdaria essas características vantajosas, esse processo se repetiria ao longo das gerações, podendo levar a melhor adaptação ou formação de novas espécies.
A concepção evolucionista da natureza trouxe um grande mudança no modo de se pensar e na maneira de classificar os seres vivos, a classificação deveria refletir as relações de ancestralidade e descendência entre as vaias espécies, a fim de permitir a compreensão do processo evolutivo.


ESPÉCIE ESPECIAÇÃO
O conceito espécie é uma das questões mais debatidas em toda a historia da Biologia. Dom ponto de vista da taxonomia, espécie é a categoria básica, a unidade fundamental de classificação, em seguida o termo populações e nada menos do que um conjunto de indivíduos de uma mesma espécie.
Já a especiação é a formação de novas espécies a partir de uma população já existente, pode acontecer de varias maneiras, decorrente de diversos fatores.
Alguns eventos estão relacionados ao surgimento de novas espécies:
ü  Isolamento geográfico, ou seja, aparecimento de uma barreira entre os organismo, separando a população original.
ü  Isolamento reprodutivo, que impede ou reduz drasticamente o fluxo gênico (troca de genes possibilitada pelos cruzamentos) entre as partes da população que foram separadas.


DIAGRAMAS QUE REPRESENTAM A EVOLUÇÃO
A idéia central por trás da evolução é a de que a vida sofreu ou ainda sofre mudanças ao longo do tempo, portanto as espécies compartilham um ancestral comum. Muitas vezes, as relações de parentesco evolutivo entre os seres vivos são expressas por meio de diagramas, como arvores filogenéticas ou cladogramas.

ÁRVORE FILOGENÉTICA
As arvores filogenéticas são diagramas que partem de um tronco e se ramificam. As ramificações indicam pontos em que uma espécie deu origem a outras espécies novas. Cada ponto de ramificação é chamado nó e representa o ancestral comum mais recente daquele grupo ou categoria. Assim observando os padrões de hereditariedade e conhecendo as relações evolutivas entre as diferentes espécies, pode-se reconstruir a historia de sua formação ate encontrar uma ancestral comum.

CLADOGRAMA
Os cladogramas são semelhantes as arvores filogenéticas. Eles apresentam a formação de novas espécies, fundamenta-se nas chamadas “novidades evolutivas” ou apomorfias, ou seja, características que não estavam presentes na espécie ancestral.
Clados
Clado ou grupo monofilético é todo grupo que reúne um único ancestral comum e todos os seus descendentes, sem exceção. Cada espécie, portanto, tem uma historia própria, mas sua historia anterior é compartilhada com outras espécies.
Um grupo polifilético é composto por seres vivos que não compartilham um ancestral comum exclusivo.
DOMÍNIOS E REINOS
O estabelecimento de categorias taxonômicas e a atribuição de nomes científicos são instrumentos criados pelo ser humano para facilitar o estudo dos seres vivos, contudo há casos em que uma espécie ou até mesmo um conjunto inteiro de diferentes espécies não se encaixa em determinada categoria taxonômica.
Em 1990, o biólogo norte americano Carl Woese propôs uma classificação de acordo com semelhanças e diferenças moleculares entre ácidos nucleicos dos organismo. Segundo essa classificação, os seres vivos são agrupados em três domínios, categorias superiores aos reinos.
Ø  ARQUEAS, possuem muitas características semelhantes as bactérias, vivem em ambientes de condições extremas (alta salinidade, temperaturas elevadas, muita acidez).
Ø  BACTÉRIAS compreendem as bactérias e as cianobactérias.
Ø  SERES EUCARIÓTICOS englobam todos Oe seres eucarióticos, unicelulares, multicelulares ou pluricelulares, dos reinos, Protoctista, Fungo, Planta e Animal.

OS CINCOS REINOS
Ate o final do século XIX, havia apenas o reino Vegetal e o reino Animal proposto por Lineu. O reino mineral foi abolido, pois não apresentava seres vivos.
Foi em 1899 que o biólogo alemão Ernst Haeckel propôs a criação dos reinos Monera e Protista, para acomodar as inumaras espécies de seres microscópicos que haviam sido descobertas durante os mais de cem anos anteriores.
Ate então, cada organismo descoberto era classificado como animal ou planta, para separar os fungos das plantas o biólogo Whittaker propôs a criação do Reino Fungo.
Desde modo, atualmente a classificação mais utilizada compreende cinco reinos: Monera, Proctista, Animal, Planta e Fungo.

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