quarta-feira, 13 de agosto de 2014

RELAÇÕES ECOLÓGICAS - 1° SÉRIE DO ENSINO MÉDIO - CONTEÚDO PARA AVALIAÇÃO 3° BIMESTRE

CONTEÚDO PARA AVALIAÇÃO 2° BIMESTRE
 1° SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

RELAÇÕES ECOLÓGICAS
São as interações de um indivíduos de uma espécie que se interagem entre si e com os membros de outras espécies da comunidade ecológica a que pertencem, ocorrem devido as atividades dos organismos para obter os recursos necessários a sua sobrevivência e reprodução. Conforme as características próprias da espécie e do nicho ecológico que ela ocupa, os recursos necessários a sobrevivência podem variar bastante, incluindo desde de água, alimento e abrigo e ate condições especificas de luz, temperatura e umidade, entre outras.
As relações ecológicas podem ocorrer entre indivíduos da mesma espécie, sendo denominadas relações intraespecíficas, ou entre indivíduos de espécies diferentes, recebendo o nome de relações interespecíficas.
Algumas relações promovem benefícios para as duas partes envolvidas. Outras são benéficas para uma parte e indiferentes, ou neutras, para a outra, sendo conhecidas como harmônicas, como a organização social das abelhas. Mas há também aquelas que o beneficio de um individuo significa necessariamente o prejuízo de outro, sendo conhecida como desarmônicas, é o caso da relação entre predadores e presas ou da competição por alimentos.

·         RELAÇÕES INTRAESPECÍFICAS

As relações intraespecíficas são muito variadas e diferenciam-se conforme as características da espécie. Entre as plantas, há espécies que os indivíduos se matem afastados uns dos outros, em outras a sobrevivência depende da proximidade dos seus semelhantes. Entre os animais predadores é comum a vida solitária, com encontros esporádicos para acasalamento ou atividade de caça. Já entre os herbívoros a vida em grupo é frequente, embora isso não seja uma regra.
Essas relações podem ser classificadas em dois grupos principais, cooperação ou de competição.

Ø  Relações intraespecíficas de cooperação
Em varias situações, os indivíduos de uma mesma espécie se relacionam de forma proporcionar benefícios para todos os envolvidos na relação. Esse comportamento cooperativo pode ter diferentes funções, como aumentar a proteção, economizar energia e otimizar a caça e o cuidado com a prole. A cooperação nem sempre é muito evidente, mas geralmente está presente nas espécies cujos indivíduos permanecem muito próximos uns dos outros. Nas savanas, por exemplo, animais herbívoros como zebras e gnus pastam em grandes grupos, protegendo-se mutuamente do ataque de predadores, os cachorros utilizados para puxar trenós dormem sobre a neve do Ártico enrodilhados uns dos outros, a formação em V apresentada no vôo de varias espécies e os cuidados com a prole entre os gorilas no caso as fêmeas do grupo, esses animais se organizam em haréns, em que o macho dominante tem preferência para a reprodução, e as fêmeas se dividem no cuidado de todos os filhotes.
Em certas espécies, porem, a vida em grupo tem um caráter ainda mais organizado, e a eficiência do grupo em obter os recursos do meio é resultante da especialização das funções dos indivíduos. Esses casos configuram as sociedades e as colônias.
Ø  Colônias a colônia é um tipo de organização na qual os indivíduos de uma mesma espécie vivem intimamente ligados entre si, beneficiando-se mutuamente, um exemplo são os corais, que podem abrigar milhões de indivíduos num mesmo esqueleto calcário. A alga Volvox sp. é uma colônia em cujo interior há indivíduos unicelulares especializados na reprodução. Em suas periferia e superfície encontram-se indivíduos unicelulares biflagelados, que proporcionam a movimentação de todo a colônia.
Em colônias, a dependência e a especialização entre os indivíduos podem ser tão grandes que estes chegam a dar impressão de serem órgãos complementares de um único organismo. Um exemplo extremo de colônia é a caravela- portuguesa, Physalia pelágica, um cnidário marinho, muitas vezes identificado erroneamente como água viva. Esse ser aparentemente um único organismo, na verdade é composto por vários indivíduos, os zooides, que se apresentam na forma de pólipos ou de medusas.  
Ø  Sociedade é um tipo de organização entre indivíduos da mesma espécie caracterizados pela cooperação mediante algum grau de divisão de trabalho e pela comunicação entre seus membros. Esses indivíduos, diferentemente do que ocorre nas colônias, são fisicamente independentes, apesar de compartilharem um mesmo território. O grau e a forma de organização das sociedades são muito variáveis entre as espécies.
ü  Os leões, considerados os mais sociais entre os felinos, vivem em grupos compostos geralmente por uma seis machos e quatro a doze fêmeas adultas com seus filhotes, onde cada grupo mantém a defende seu território  da invasão por machos de outros grupos.
ü  Algumas espécies de insetos apresentam as sociedades mais complexas chamadas de eussociais. Como é o caso das abelhas, as vespas, as térmitas e as formigas organizam-se em sociedades com clara hierarquia e divisão de trabalho entre os indivíduos, formando grupos especializados, denominados castas ou classes sociais. Essas sociedades são divididas em três castas principais: dos machos, das rainhas e das operarias.
ü  Na sociedade de insetos, a comunicação entre os indivíduos é feita por meio de compostos químicos, os feromônios, produzidos por glândulas especializadas, quando excretadas, essas substancias provocam reações fisiológicas ou comportamentais em outros indivíduos da mesma espécie. Existem feromônios para diferentes funções, como a demarcação de território, atração sexual, alarme e localização de alimento
ü  Exemplos: nas sociedades das formigas do gênero Atta sp. ou saúvas, a trilha química de feromônio no chão marca o caminho de volta ao formigueiro, nas sociedades das abelhas, compostas por três castas, as operarias são estéreis devido a ação de feromônio presentes nas secreções da rainha, que inibem o desenvolvimento de suas gônadas sexuais.   

Ø  Relações intraespecíficas de competição
Indivíduos da mesma espécie ocupam o mesmo nicho ecológico e necessitam dos mesmos recursos, como água, alimentos, parceiros para a reprodução, espaço, luz, materiais para a construção de nichos, etc. a competição intraespecífica ocorre quando um ou mais desses recursos não são suficientes para atender as necessidades de todos os indivíduos da mesma espécie que convivem num mesmo local e que, por isso, passam a disputar por ele. Esse é um tipo de relação desarmônica.
A competição intraespecífica pode ocorrer de duas formas. A forma direta ocorre por meio de lutas, agressões e outros comportamentos inamistosos, comumente observados entre os animais, ou pela produção de substancias químicas que inibem o crescimento de outros indivíduos, como se observa em algumas espécies de plantas e em moluscos que habitam costões rochosos.
A forma indireta, em geral menos evidente, ocorre quando um individuo consome um recurso de forma a torná-lo indisponível para os outros, um exemplo seria uma espécie de planta que necessita de luz intensa e ao crescer produz sombra ao sei redor, compete com as meia jovens pela luminosidade e inibe o desenvolvimento destas naquele local.

  • RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS

As relações ecológicas entre indivíduos de espécies diferentes também podem ser harmônicas ou desarmônicas. Entre as relações harmônicas, as mais importantes são as de cooperação, o comensalismo e o mutualismo. A competição, a predação, o herbivorismo e o parasitismo envolvem o prejuízo de uma das partes envolvidas e são as principais relações desarmônicas das relações interespecíficas.

Protocooperação
É uma relação de cooperação entre duas espécies que se associam gerando benefícios para todos os indivíduos envolvidos, porem essa associação, no entanto, não obrigatória, pois os indivíduos das duas espécies podem viver isoladamente, um exemplo seria nos pastos e nas savanas onde é comum observar a presença de aves pousadas no dorso de bois, búfalos, cavalos. Nessa protocooperação, esses mamíferos se vêem livres de parasitas incômodos, e as aves se alimentam dos carrapatos.

Comensalismo
Uma das espécies é beneficiada por obter recursos alimentares a partir da outra, para qual a relação é neutra.

Mutualismo
É uma relação de cooperação na qual duas espécies obtém benefícios a partir de uma associação tão interdependente que não pode sobreviver sem a presença de outra, um exemplo seria a capacidade de digestão de celulose pelos cupins, os protozoários que vivem no interior dos cupins digerem a celulose da madeira ingerida por estes, outro exemplo são a associação entre as algas e os fungos que formam os liquens.

Inquilinismo
Ocorre quando um organismo de uma espécie vive sobre ou no interior de um organismo de outra espécie, porem sem prejudica-lo, exemplos são as orquídeas e as bromélias, essas plantas fixam nos troncos e ramos das arvores e assim obtém maior acesso a luz solar, necessária a sua sobrevivência.

Competição
A competição interespecífica ocorre quando duas espécies diferentes ocupam o mesmo nicho ecológico ou quando ocorre sobreposição parcial do nicho e elas dependem de alguns recursos comuns, disputando-os entre si.

Predação
É a relação em que o individuo de uma espécie mata um individuo de outra espécie para se alimentar.

Parasitismo
É uma relação desarmônica em que uma espécie, o parasita, utiliza o organismo de outra, o hospedeiro, como habitat e fonte de alimento, necessariamente lhe causando prejuízos. Em geral, os prejuízos causados pelo parasita não chegam a debilitar o hospedeiro de forma significativa e dificilmente ocasionam a sua morte. Espécies parasitas ocorrem entre vírus, bactérias, protozoários, fungos, vegetais e animais.
Os parasitas que vivem na superfície externa de seus hospedeiros são denominados ectoparasitas, exemplos bem conhecidos são os carrapatos, as pulgas e os fungos que causam micoses no ser humano.
Os parasitas que vivem dentro de seus hospedeiros são denominados endoparasitas. É o caso, por exemplo, dos vírus bacteriófagos, que infectam bactérias, e da lombriga, que parasita o tubo digestório do ser humano.
                                                                                             
Herbívora

É a relação estabelecida entre os animais que se alimentam de plantas e as próprias plantas, é importante lembrar que a relação de herbívora não é exclusividade dos animais herbívoros, pois os animais onívoros também se alimentam de plantas. Nela, o animal se beneficia em detrimento do vegetal. É uma relação desarmônica de extrema importância, pois as plantas são a base da cadeia alimentar e fornecem energia necessária a existência dos demais níveis tróficos em todos os ecossistemas.  

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